24.1.11

Celular

-...Vai pegar o que?
Olha Beltrano, eu arrendei o buteco pro Cicrano por mil conto por mês, mas tudo o que tá lá é meu.


- bzblbzbzbzl bzbzlbbz bzbzlbbl...


- Não meu irmão, eu sô teu amigo, mas se você pegá qualquer coisa de lá, vai tá tirando de mim."


- bzbbbzbzzl bzzbbllzbzbz bbbbz bblz...


- Não, eu não quero teu prejuízo, mas eu arrendei o buteco com tudo dentro. Ele não tem nada lá. Se tá te oferecendo e você pegá, vou dá parte de você na delegacia. Tudo o que tá lá dentro é meu. As geladeira, o fogão, as estufa...tudo é meu. Ele não pode te oferecê nada.


- bz bzbz bbzb bzbzbzzbbz, bzbz!...


- Irmãozinho, dá teu jeito de recebê, mas sem pegá nada meu.


- Bzzznnznzznnnfdsm zmzmmsmsmzmz...


- Então vão fazê o seguinte: Eu tô ino pra Bangú agora. A gente se encontra lá pra cunversá.


- bzbbzjcj bbzbz...


- Tá tranquilo, a gente se fala quando eu chegá.


- bbzbzl...


- Outro.

Essa história não tem nada a haver comigo. Aliás, eu nem precisaria saber dela. 
Na verdade eu não queria conhecer essa história, mas eu conheço.
O resumo é óbvio e simples de deduzir.
Então vamos lá:
Um sujeito alugou ou arrendou um bar por uma mensalidade de R$1.000,00 para o Cicrano, alegando que Cicrano tinha feito um excelente negócio e que ganharia no mínimo R$ 15.000,00 por mês no estabelecimento.


Cicrano por sua vez, além de não ganhar dinheiro com o pé sujo arrendado, não consegue pagar nem as contas, nem seus fornecedores. O único que recebe R$ 1.000,00 por mês é o "Mala do Senhorio" que lhe fez o arrendamento da espelunca.


Já Beltrano, é um desses fornecedores que sofrem com a inadimplência de Cicrano e está tentando receber algo, mesmo que seja uma geladeira velha e cheia de baratas.


Quanto ao "Mala do Senhorio"?
É o camarada que gritava ao celular com Beltrano, enquanto eu aguardava na fila do banco.


Marcos Santos

17.1.11

Déjà Vu

Um ano depois e a coisa se repete. A tragédia do homem, a tragédia do ser humano, as diversas tragédias da sociedade. Mas o curioso foi a sensação de déjà vu. Por isso vou repetir exatamente o mesmo texto que postei a exatamente um ano atrás. 
Eu o intitulei de "Heróis":

Rio de Janeiro 16 de janeiro de 2010. 
Eu caminhava entre o banheiro e a cozinha, já no encerramento dos “trabalhos” daquela noite. Cruzei a sala. A tevê ainda ligada, me aguardava para que eu desse o click final no controle remoto. 
Enquanto bebia meu último copo d’água de um dia bem calorento, pude ouvir a voz do consagrado jornalista: “Vamos ver o que nossos heróis estão fazendo...”. 
Heróis? Pensei... De cara me veio em mente nossos valorosos bombeiros, mal saídos da  tragédia de Angra dos Reis, para serem enviados diretamente ao Haiti devastado. É... Esses são realmente nossos heróis.
Mas o consagrado jornalista falava, na verdade, de outro tipo de herói. Não o herói que nos enche de orgulho, que honra a nossa história. Não o herói, ou heroína como Zilda Arnz, que viveu para a entrega ao próximo, ao semelhante.  
Na verdade eram “heróis”, agora sim, entre aspas, que vivem tão somente para receber. “Heróis” capazes de passar dois meses sem fazer absolutamente nada para ninguém. Nada que não sejam intrigas, futricas, banalidades, futilidades...
A vida é feita de escolhas. Algumas pessoas, como o povo atingido pelo flagelo no Haiti, dispõe de pouquíssimas ou nenhuma. Mas existem aqueles que têm a glória de dispor de várias escolhas. Escolhas essas que, aliadas à sorte e ao talento, podem levá-las onde elas quiserem. Ao caminho da honra, da nobreza, do reconhecimento, da consagração pessoal e profissional.
Pedro Bial fez sua escolha.
Se diante dos fatos e desafios apresentados à humanidade, ele prefere rasgar sua biografia e comentar a tamanho da bunda de uma “brother”, ou a relevância do selinho de duas “bibas”...bem... quem perde é a sociedade como um todo, mas a escolha é apenas dele, somente dele.
...E eu com isso?  Eu sinto vergonha, uma profunda vergonha.
O dinheiro é importante, mas não é tudo.
Foto: Vanderlei Almeida/AFP (Notícias Terra - Tragédia da Região Serrana)


...E então?  Passado esse ano, como está a sua sensação de déjà vu?

9.1.11

FÔDASSE!

A partir dessa data estaremos conferindo o selo FÔDASSE de Acessibilidade,  Respeito e Civilidade.
Como a quantidade de material é vasta, iniciaremos com o tema "Dar uma rapidinha". 
No nosso caso (que levamos ), essa rapidinha não nos traz o prazer da outra. Mas enfim, é rapidinho.


O primeiro felizardo foi o camarada que dirigia esse carro da empresa DHL de entregas  ...assim...  como direi ... entregas rapidinhas.

Ganhou o Selo FÔDASSE com louvor, pois xingou o "babaca" que colocou o cone sobre seu carro. No caso aqui, o babaca foi eu.

Marcos Santos

Bom dia. fotografia, natureza, NatureBeauty, riodejaneiro, recreiodosbandeirantes, photooftheday, photography