Evolution 2.0
Tenho recebido mensagens eletrônicas contando dos malefícios da carne, do leite, do frango, da pipoca, e vai por aí a fora. Parei para pensar na nossa trajetória até aqui, enquanto seres humanos e descobri algo intrigante...
...Descobri que se já fôssemos veganos há quatro milhões de anos, nós não estaríamos aqui, pelo menos na forma como existimos. Seríamos algo entre o veado e a zebra, mas não seríamos humanos. Estaríamos comendo chicória com rabanete, sem azeite nem vinagre. Estaríamos correndo dos leões e das onças. Até porco do mato nos botaria pra correr.
Acontece que os Australopithecus resolveram ingerir tudo o que é porcaria e o que não se deve comer. Comeram carne (sem gordura trans), ovos, formigas, larvas de insetos (sem glúten), besouros, carniça (com ômega 3). Ou seja, proteínas.
Nesse momento, seus crânios começaram a ser preenchidos com algo que vai além de ossos e água. Começaram a ser preenchidos com massa cinzenta.
Os bons “macaquinhos” comeram tudo o que viram pela frente, sem nenhuma orientação profissional, e chegaram até aqui, sozinhos. Quanto mais porcarias comiam , mais inteligentes ficavam, até alcançarem os dias de hoje e conhecerem Bela Gil, seus seguidores e sua dieta regada a leite de inhame e churrasco de melancia.
A partir desse momento tivemos um estanque evolutivo, um ponto de inflexão.
Raciocinem: Somos 6.800.000.000 (seis bilhões e oitocentos milhões) de seres humanos infestando a Terra. Só alguns insetos tem a população maior do que a nossa.
Se um ou outro ser humano morrer por tomar leite com manga, comer carne demais, ovo cozido demais, se entalar com a farofa ou com uma espinha de peixe...e daí? Continuaremos a infestar o pobre planeta, sem dó nem perdão.
Mas cuidado! Com a quantidade de coisas importantes que a cada dia nos proíbem de comer, não me impressionará se daqui a cinco milhões de anos, nós tenhamos evoluído para algo ruminante, entre o veado e a zebra, comendo chicória com rabanete, sem vinagre nem azeite.
Marcos Santos
Rio de Janeiro