48 Anos

Nasci há 48 anos. Minha família era pobre e minha casa tinha dois cômodos. A noite eu me deitava para dormir na cama dragoflex e, de barriga pra cima, ficava aguardando a visita de um morceguinho, que entrava pelas frestas do telhado. Todas as noites essa rotina se repetia.
Minha infância se passou na Zona Rural do antigo Estado da Guanabara. Era apenas pique, pipa, pião, bola de gude e futebol.
O mundo se resumia a isso. Não conhecia Europa, América, Ásia... Meu universo resumia-se ao subúrbio do Realengo, Rua Nepomuceno, Rua Caramurú, Rua Magoarí...


Meu pai era torneiro mecânico e minha mãe dona de casa. Nossos assuntos eram os estudos, o cachorro, a capina no quintal, o buraco na cerca...Não falava-mos de atentados, guerras, massacres...


Ao longo desses 48 anos, aprendi muitas coisas. Já sei onde fica a Europa, a Améria, a Ásia, o Oriente Médio...O Oriente Médio...
Hoje tenho um novo professor. Seu nome é Israel. Sua matéria?


"Como disseminar o anti-semitismo ao longo de 48 anos"
Israel é definitivamente PHD nessa questão.

Lamento por meus amigos judeus (e eu tenho muitos). Eles devem estar envergonhados.

Marcos Santos
Rio de Janeiro

Mata Atlântica 1.0

Mata Atlântica

A corte do peru

O galã mostra sua imponência. Ela será importante para o êxito da conquista amorosa. Uma das duas "moças" será cortejada


Tímida e sem graça, a "mocinha" faz charme diante dos vários passos da dança do amor.


Garboso, nosso galã faz movimentos de dança flamenga, com sua cauda em forma de leque.


Não é lindo? Pelo menos as peruas acham...

Vida de inseto

A antena.

ISO: 100
Exposição: 1/400 s
Abertura: 5.6
Distância focal: 16.2mm


A mariposa.

ISO: 400
Exposição: 1/50 s
Abertura: 3.6
Distância focal: 16.2mm

Maré Mansa

Apenas na areia...

Praia de contrastes.


O mar está para peixe.


Um mar de trabalho.

Liberdade de Imprensa e a Ditadura da Informação

Não faz muito tempo, a imprensa brasileira estava em polvorosa contra um decreto presidencial sobre os direitos humanos. Segundo os meios de comunicação, o decreto impunha o controle golpista contra a imprensa. Nesse momento todos os meios de comunicação formadores de opinião, recorreram ao apoio da opinião pública, conseguindo dessa forma "esvaziar" o tal decreto. Lula resmungou, mas acabou "botando o galho dentro".

Acho que uma imprensa livre seja fundamental para a consolidação da democracia.
Mas é aí que reside o problema.  Muito mais importante do que uma imprensa livre, é a informação livre. Isso não existe. Vou explicar porque:

A imprensa, de uma modo geral, tem muito mais compromissos com seus anunciantes do que com a verdade. Eu cunhei uma frase que a cada dia que passa, se consolida como verdadeira: "Quanto mais próximo de você, for o fato, mais idiota e tendenciosa será a imprensa".
Exemplificando: quando o fato ocorre lá em "Deus me livre", você é obrigado a acreditar na historinha contada na tela da tv, pela mocinha de taier e microfone na mão. Quando o fato ocorre na casa do seu vizinho ou na redondeza onde você mora, notará a quantidade de barbaridades e equívocos "bostejados" pela mesma mocinha simpática. Tudo porque, nesse caso, você conhece o fato.

De concreto, a liberdade de imprensa tem sido usada para empurrar goela abaixo da sociedade, apenas o que a mídia quer informar, principalmente a mais popular delas, a televisiva. Nela, não há compromisso com a verdade. Aliás, nenhum compromisso.

O fato: No último dia 6 de maio, Domingos Conceição dos Santos, aposentado, portador de marca-passo, ficou preso na porta giratória do BANCO BRADESCO de São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo. Indignado com a insistente burrice e despreparo do segurança, Domingos exaltou-se e acabou sendo baleado na cabeça, pelo agente patrimonial do banco. A mesma bala acertou o nariz de outro correntista desavisado.

A notícia nos telejornais: No último dia 6 de maio, Domingos Conceição dos Santos, aposentado, portador de marca-passo, ficou preso na porta giratória de UM BANCO da zona leste de São Paulo. Indignado com a insistente burrice e despreparo do segurança, Domingos exaltou-se e acabou sendo baleado na cabeça, pelo agente patrimonial do banco. A mesma bala acertou o nariz de outro correntista desavisado.

Curiosamente, assim que essa notícia foi relatada no Jornal Nacional da Rede Globo (falo deste, por ser o de maior audiência e repercussão), o break comercial teve início com uma peça publicitária do BRADESCO. Nela, o Banco exalta sua qualidade no atendimento e seu desempenho na área de treinamento de pessoal. Tudo de primeira, como se nada tivesse acontecido.
Em outras palavras, para o telespectador do Jornal Nacional, o aposentado recebeu um tiro na cabeça de um segurança armado de um Banco sem nome, e na seqüência ficou sabendo da qualidade irretocável do BRADESCO.
Tirando o imbecil armado, os miolos do aposentado e o nariz do desavisado, ninguém sofreu um arranhão sequer. O BRADESCO sairá dessa com sua imagem impoluta. Afinal de contas, o Brasil é o país dos que tem muito dinheiro e muita mídia.

Agora respondam: Essa imprensa tem condições de seguir sem censura? Uma regulação que seja? Quem pune os erros ou omissões desses caras?
Tenho minhas dúvidas. O caso da  Escola Base está aí, para nos deixar sempre de cabelos em pé e olhos bem abertos.

Marcos Santos
Rio de Janeiro

Onze Horas

ISO: 100   Exposição: 1/125 s   Abertura: 4.0    Distância focal: 4.7mm


ISO: 100   Exposição: 1/100 s   Abertura: 4.0    Distância focal: 4.7mm


ISO: 100   Exposição: 1/100 s   Abertura: 3.2   Distância focal: 4.7mm

A Marcha da Maconha

O Rio de Janeiro, na verdade Ipanema, foi palco de mais uma passeata pela legalização da baforada. Maconheiros do tipo "cabeças feitas" e "cabeças incríveis" desenterraram, sabe-se lá Deus de onde, disposição para "marchar" a beira mar, pois é mais fresco e ninguém é de ferro.

Mais uma vez, sob o risco de ser tachado de reacionário, vou expor a minha opinião sobre esse assunto.

Todo menino nutre idolatria por alguém. É normal, faz parte da vida. Um dos ídolos que tive na infância, além do meu primo mais velho, foi meu vizinho Paulo Henrique.
Paulo era aquele tipo de adolescente bacana, que protege os meninos menores e os valoriza como indivíduos. Bom de bola, Paulo não usava esse atributo para barrar os mais fracos e pernas de pau de plantão. Nas peladas do Paulo, todo mundo jogava. Estudioso, Paulo foi primeiro entre nós a concluir o ginasial, até que um dia foi apresentado à "inocente maconha".

Diferentemente dos "cabeças feitas" da Zona Sul do Rio, Paulo era um rapaz "baixa renda" da antiga Zona Rural da cidade. Lá, na Zona Rural, só vencia na vida quem trabalhasse. Não existia a opção do papai político, do funcionário público de alto escalão, ou do papai empresário, arrumar aquela "colocação" para o filho bonitão. Lá, quem não trabalha visita rapidamente o lado mais negro da vadiagem. O camarada bate de frente com o desemprego e por decorrência com o crime.

Fui gerente de uma fábrica com mais de 300 funcionários e posso dizer de cadeira:  Eu não entrego um torno, uma fresa, uma retífica, uma prensa, ou qualquer outra máquina operatriz que seja, nas mãos de um maconheiro. E os motivos são simples:  Falta de disposição, falta de reflexos, falta de compromisso. O maconheiro é um péssimo trabalhador, um vagabundo em potencial.

Quando vejo o Deputado Carlos Minc aderindo a essa babaquisse, só consigo pensar que ele tenha merda, mas muita merda mesmo, na cabeça. Talvez se explique por sua origem, onde maconheiros e cheiradores conseguiam aquele "arranjozinho". Onde a produtividade e a responsabilidade de um emprego não faziam parte do cardápio, pois no final, o filé mignon sempre seria servido.

Paulo Henrique não teve essa camaradagem. Da maconha passou para a cocaína e da cocaína sem dinheiro, passou para a cachaça em doses cavalares. Hoje Paulo é um trapo humano, sem condições de ler esse texto.
Meu ídolo de infância, aquele adolescente forte e vigoroso, jaz moribundo. Um zumbi afogado nos seguidos copos da aguardente.

A maconha, na boca de um bacana é uma curtição, na boca do proletariado é o início do triste fim.
Gosto muito de trabalhar, devo ser mesmo um tremendo reacionário.

Em tempo:
A passeata pedindo a liberação da maconha no vasinho, reuniu 1500 pessoas.
A passeata pedindo a aprovação da Lei Ficha Limpa contra a corrupção, reuniu 500 pessoas.

Marcos Santos
Rio de Janeiro

Avalanche com aviso prévio.

Após um longo período de chuvas e de nebulosidade, finalmente a visibilidade voltou ao normal. Somente hoje pude ver o deslizamento que atingiu a estrada Prainha-Grumari.

Alguns fatos geológicos, como deslizamento de encostas podem ser prevenidos e até evitados




Em 28 de março estive passeando na Prainha, justamente nessa estrada, onde tirei as fotos abaixo.


Notem a rocha no alto do morro...


...Ela estava solta...

...Pronta para cair e caiu.

Talvez um olhar mais atento das autoridades poderia ter evitado esse tipo de problema. Nesse caso contamos apenas com a sorte, pois ninguém estava no caminho daquela pedra.


Marcos Santos
Rio de Janeiro