30.12.12
29.12.12
22.12.12
16.12.12
1.12.12
2.11.12
23.9.12
Calisto
Da escotilha superior
pude observar a olho nu, o módulo de exploração distanciando-se da
nave mãe, que pairava numa órbita segura. Fiquei observando-a até
tornar-se apenas um ponto brilhante no espaço.
Lá estava a minha única ligação com a Terra e a partir de agora eu estava só.
Meu destino? Calisto,
terceira maior lua do Sistema Solar e segunda maior de Júpiter.
Durante a descida pude
observar o planeta gigante nascendo no horizonte. Diferentemente do
que observamos na Terra, ao nascer da Lua e no alvorecer do Sol,
Júpiter ocupa um espaço muito maior no céu "calistiano", nos dando a
impressão de que o satélite será tragado a qualquer momento pelas
gigantescas tempestades do planeta.
Com um controle
totalmente automatizado e inteligente, o módulo de descida favorece
as observações obtidas visualmente por seu piloto. Pena que
devido ao reduzido espaço interno, apenas um tripulante possa usá-lo
por vez, o que causa uma certa depressão devido ao isolamento.
Eu não sei bem como
cheguei a esse ponto em minha vida, mas acredito que essa perturbação
mental possa ser um efeito colateral da proximidade com um planeta
tão grande como Júpiter (sua massa é 318 vezes à da Terra), o
que restringe minhas lembranças antigas...mas consigo manter-me focado em
meus afazeres de piloto e é isso que importa no momento.
Vejo o solo aproximando-se rapidamente. Sinto um forte sacolejo e finalmente alunizo em
Calisto.
É muito boa a
experiência de pisar num mundo nunca antes pisado por alguém. Dá
uma certa angústia, mas a sensação é única.
Durante o dia, que dura
cerca de oito dias terrestres, posso ver nosso Sol, de brilho tênue
devido à maior distância da Terra, mas que ainda consegue iluminar
todo o hemisfério gelado de Calisto.
Aproveito essa
claridade para instalar os equipamentos de exploração e observação.
Faço toda parte exploratória enquanto faltam 48 horas para a
noite. Noto uma superfície tremendamente irregular e seu imenso
número de crateras indicam que em algum período de sua existência,
Calisto foi duramente bombardeada por asteroides, cometas, meteoros,
meteoritos e todo tipo de precipitações cósmicas.
Finalmente a noite
chega novamente e não consigo tirar os olhos de Júpiter, o planeta
gigante que paira lindo no céu noturno de Calisto. Meu objetivo é
tentar explicar a influência gravitacional de Júpiter no aquecimento do núcleo do satélite, daí a importância em aguardar a chegada da noite,
pois é o período em que o planeta gigante eclipsa totalmente o
Sol...mas...espere...há algo errado comigo.
Subitamente sinto uma
ardência em minha testa, acima do olho direito. Fito com os olhos e
vejo uma pequena fissura na lente de meu traje espacial.
Provavelmente o incômodo seja efeito da atmosfera gelada de
dióxido de carbono entrando no capacete...mas a ardência aumenta e
instintivamente tento tocar o local com o dedo médio. Sinto um
pequeno estalar de uma microbolsa na ponta do dedo, de onde sai algo
úmido e viscoso. Em seguida abro os olhos. Meu dedo está com a
digital suja de sangue e...
...O mosquito filho da puta que me acordou estava morto. Calisto era coisa do passado.
Marcos Santos
Imagem da sonda Cassini-Huygens mostrando Júpiter, Calisto (canto inferior esquerdo) e Europa (no canto inferior esquerdo da Grande Mancha Vermelha).22.9.12
18.8.12
Genésio é com "Z" ou com "S"?
Brasileiro gosta de imitar o estilo de vida americano.
É algo como o papagaio, que repete sem saber o significado daquilo que diz.
Outro dia fui numa loja dessas de café, mas não uma loja de café servido na xícara quente, com colherinha e tudo. Foi numa loja que serve um café esquisito, num copo grande, de papel cartonado resinado.
Notei que os fregueses fazem uma certa pose dentro da loja. Sentem-se como se estivessem na Quinta Avenida e não numa rua qualquer do Rio de Janeiro ou São Paulo. Mas fiquei curioso e entrei.
Pedi o café no balcão e a mocinha me informou que antes deveria dirigir-me ao caixa. Assim o fiz. Chegando ao caixa fui atendido por um rapaz sorridente e fiz meu pedido: Um cappuccino, por favor.
Bastaria ele informar-me do preço e eu pagar, mas além disso ouvi a pergunta: Seu nome, por favor?
Para tomar café preciso informar o meu nome? Indaguei...
Sim. É para anotar no copo. Continuou ele...
Ah, entendi. É só para identificar meu copo...
Sim, sim. Continuou ele, satisfeito...
Então tá bom, escreve aí: Genésio.
Ele ainda fez mais uma pergunta: Genésio é com "Z" ou com "S"? ...
...E eu respondi: Tanto faz, esse será o nome do meu copo, não o meu. Ele não se importará com um erro na ortografia.
O sorriso dele amarelou e eu paguei pelo meu Cappuccino a la Genésio.
Resumo da ópera: Ele errou na ortografia, mas eu dei uma abrasileirada no Starbucks.
Marcos Santos
É algo como o papagaio, que repete sem saber o significado daquilo que diz.
Outro dia fui numa loja dessas de café, mas não uma loja de café servido na xícara quente, com colherinha e tudo. Foi numa loja que serve um café esquisito, num copo grande, de papel cartonado resinado.
Notei que os fregueses fazem uma certa pose dentro da loja. Sentem-se como se estivessem na Quinta Avenida e não numa rua qualquer do Rio de Janeiro ou São Paulo. Mas fiquei curioso e entrei.
Pedi o café no balcão e a mocinha me informou que antes deveria dirigir-me ao caixa. Assim o fiz. Chegando ao caixa fui atendido por um rapaz sorridente e fiz meu pedido: Um cappuccino, por favor.
Bastaria ele informar-me do preço e eu pagar, mas além disso ouvi a pergunta: Seu nome, por favor?
Para tomar café preciso informar o meu nome? Indaguei...
Sim. É para anotar no copo. Continuou ele...
Ah, entendi. É só para identificar meu copo...
Sim, sim. Continuou ele, satisfeito...
Então tá bom, escreve aí: Genésio.
Ele ainda fez mais uma pergunta: Genésio é com "Z" ou com "S"? ...
...E eu respondi: Tanto faz, esse será o nome do meu copo, não o meu. Ele não se importará com um erro na ortografia.
O sorriso dele amarelou e eu paguei pelo meu Cappuccino a la Genésio.
Resumo da ópera: Ele errou na ortografia, mas eu dei uma abrasileirada no Starbucks.
Marcos Santos
27.7.12
16.7.12
12.7.12
15.6.12
1.6.12
24.5.12
18.5.12
Do chuveiro ao ralo. Enunciado do espaço-tempo. Do Bigbang ao buraco negro (E vice versa)
Do chuveiro ao
ralo. Enunciado do espaço-tempo. Do Bigbang ao buraco negro (E vice
versa)
Escrever é acima de
tudo um ato de inspiração. O segredo para que um texto exista
começa com a inspiração. Por vezes a inspiração surge durante o
banho, desce pelo ralo e você não a aproveita. Em outras ocasiões
você sai do banho, senta-se na escrivaninha e a escreve.
Foi observando a água
que cai do chuveiro, molha meu corpo, desce até o piso e finalmente
escorre para o ralo, que fiz esta analogia.
A água e todos os seus
componentes partiram do chuveiro como o universo conhecido, que
surgiu a partir de um ponto no espaço-tempo, conhecido como Bigbang.
A partir daí circularam pelo box do banheiro, ganhando os contornos
do meu corpo, os respingos pelas paredes e o empoçamento do piso,
como o espaço-tempo que conhecemos naquele confinamento. Finalmente
essa água fluiu para o ralo como o universo, ou partes dele, flui
para um buraco negro flutuando no espaço vazio. Contudo, não flui
sem antes ter algumas de suas partes trilhando caminhos mais longos,
enquanto outras trilharam caminhos mais curtos, sendo que o tempo
transcorrido entre elas não tenha tido relação com o tamanho de
seus percursos, podendo em alguns casos o caminho mais curto ser
percorrido no tempo maior, e o caminho mais longo sendo percorrido no
menor tempo.
Essa analogia não
resume o universo inteiro como o box do banheiro, mas apenas o
universo conhecido, como tal.
O que se pretende é
tratar as diversas partes do processo, anteriores ao chuveiro e
posteriores ao ralo, como diversos universos distintos, com suas
características e condições de espaço-tempo peculiares e
particulares, tal e qual acontece com os componentes da água fluindo
nas camadas mais obscuras dos trechos desconhecidos.
O fato é que toda a
molécula da água existente no mundo um dia se vaporizará e
atingirá os céus. Se liquefará precipitando-se na terra, onde
percorrerá caminhos diversos, podendo inclusive solidificar-se
congelada, para um dia percorrer todo o processo cíclico
indefinidamente, nos quais podemos afirmar, nunca uma mesma molécula
retornará aos seus diversos estados no mesmo tempo ou espaço.
Resumindo, os diversos
universos seriam como os diversos ambientes percorridos pela água,
onde cada chuveiro seria o outro lado de um ralo, assim como cada
Bigbang seria a porta de saída de um buraco negro, da mesma forma
que um buraco negro seria a porta de entrada para seu Bigbang
correspondente.
Deste modo, o Bigbang
não teria início, mas seria eterna e continuamente alimentado por
seu buraco negro correspondente.
Sendo assim, a
existência de Deus tanto poderia ser confirmada, quanto negada em um
mesmo pensamento.
Para aqueles que em
Deus creem, suas onipotência, onipresença e oniciência estariam
presentes num mesmo cosmo. Neste caso, na teoria do “Chuveiro ao
ralo” , Deus seria tão somente todo o universo infinito e eterno,
onde nós faríamos parte dele, de maneira transitória e finita. Não
poderíamos negar que “uma folha não cai, se não for da vontade
de Deus”.
Para aqueles que negam
a existência de Deus, a teoria do “Chuveiro ao ralo” apenas
simplifica a questão de que o universo nunca teve início, sendo
cíclico e eterno em sua capacidade de criar e destruir mundos,
reciclando-os infinitamente. A teoria da Relatividade Geral não só
estaria preservada, como explicaria a formação das diversas
galáxias e sistemas estelares e planetários todos oriundos dos
diversos “Chuveiros” existentes no cosmo.
As percepções de
infinito e eterno devem ser colocadas como algo corriqueiro sob o
ponto de vista cósmico. Nosso planeta teve um início e terá um
fim. Nasceu a partir de um “Chuveiro Bigbang” e será
inexoravelmente tragado por um “Ralo BuracoNegro”. Durante essa
passagem, será transformado em energia pura e descomunal, gravidade
pura e descomunal, espaço-tempo inexistente. Após essa passagem
nosso planeta poderá voltar como poeira cósmica superaquecida,
fragmentos dispersos como cometas, asteroides, ou amalgamado com
outros astros, num novo espaço-tempo, diferente desse em que
vivemos, onde nunca teremos acesso. Contudo, tudo isso ocorre num
ambiente eterno. Onde começo e fim são relativos e fazem parte de
uma reciclagem eterna e constante.
Eternamente finito.
...Viajei no banho...
Eternamente finito.
...Viajei no banho...
Texto e desenho.
Marcos Santos
Marcos Santos
Rio de Janeiro
14.5.12
15.4.12
6.4.12
17.3.12
26.2.12
21.2.12
12.2.12
11.2.12
1.2.12
28.1.12
18.1.12
7.1.12
Efeito de Estrela na Foto Noturna
Para obter-se um efeito de estrelas nos pontos de luz em fotos noturnas, note as seguintes informações:
Observe que na foto abaixo o efeito das luzes acesas são de halo luminoso. Isto ocorre porque foi usada uma profundidade baixa (f/4.2)
ISO: 100
Exposição: 8.0 s
Abertura: 4.2
Distância focal: 82.8mm
Flash usado: Não
ISO: 100Exposição: 8.0 s
Abertura: 4.2
Distância focal: 82.8mm
Flash usado: Não
Agora experimente aumentar a profundidade. Neste caso aumentamos para (f/8.0). Não esqueça que quanto maior a profundidade, menor será a abertura do diafragma. Consequentemente será necessário compensar a diminuição de entrada de luz, com um maior tempo de exposição (Aumentei de 8.0 s para 25.0 s)
Exposição: 25.0 s
Abertura: 8.0
Distância focal: 82.8mm
Flash usado: Não
E assim você terá o efeito estrela nas luzes da cidade.
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