Diante da campanha medíocre da delegação Brasileira nos Jogos Olímpicos de Pequim, restou aos dirigentes, imprensa e atletas brasileiros, discursos distintos.
Os Atletas alegam falta de incentivo e visibilidade, enquanto os dirigentes buscam contas sofisticadas, fazendo uso de fatoriais, derivadas, arcos-senos, cossenos, para o resultado final sair sempre com uma rotunda tangente.
Na verdade dirigentes e imprensa (que entra na história como bicão), partilham da melhor parte do bolo.
Cabe aos dirigentes, a tarefa árdua de levar seus familiares e aspones, numa verdadeira caravana free-shop.
A imprensa encarrega-se de juntar-se em delegações enormes (sempre os mesmos, por sinal), e de lá verborrajam exaustivamente, o que poderia ser feito a partir daqui, do estúdio. Mas o patrocinador está pegando, então vamos gastar até o fim.
Aos atletas cabe as velhas desculpas de sempre. Falta de incentivo, falta de verba, falta de v... A verdade é que nossos atletas partem sempre para o discurso da auto-piedade, o que é um saco.
Do futebol, que merece um capítulo a parte, prefiro não falar, pois a verdade é que esses mercenários estão merecendo mesmo, é uma capítulo a menos.
Os Atletas alegam falta de incentivo e visibilidade, enquanto os dirigentes buscam contas sofisticadas, fazendo uso de fatoriais, derivadas, arcos-senos, cossenos, para o resultado final sair sempre com uma rotunda tangente.
Na verdade dirigentes e imprensa (que entra na história como bicão), partilham da melhor parte do bolo.
Cabe aos dirigentes, a tarefa árdua de levar seus familiares e aspones, numa verdadeira caravana free-shop.
A imprensa encarrega-se de juntar-se em delegações enormes (sempre os mesmos, por sinal), e de lá verborrajam exaustivamente, o que poderia ser feito a partir daqui, do estúdio. Mas o patrocinador está pegando, então vamos gastar até o fim.
Aos atletas cabe as velhas desculpas de sempre. Falta de incentivo, falta de verba, falta de v... A verdade é que nossos atletas partem sempre para o discurso da auto-piedade, o que é um saco.
Do futebol, que merece um capítulo a parte, prefiro não falar, pois a verdade é que esses mercenários estão merecendo mesmo, é uma capítulo a menos.
Primeira pagina do Globo Online, omitindo a existência do evento Paraolímpico
Mas temos esperança. Temos ídolos. Temos gênios do esporte olímpico.
Meus ídolos do esporte, dificilmente são fotografados, filmados e divulgados. Não tem os incentivos de outros atletas olímpicos, nem a nível de patrocínio, nem a nível de divulgação pela mídia.
Meus ídolos do esporte, dificilmente são fotografados, filmados e divulgados. Não tem os incentivos de outros atletas olímpicos, nem a nível de patrocínio, nem a nível de divulgação pela mídia.
Daniel Dias - Até o momento, três medalhas de ouro e dois recordes mundiais.
Meus ídolos são pessoas sem braços ou sem pernas, muitas das vezes sem braços e pernas. Meus ídolos são atletas cegos, surdos. São pessoas cuja maior barreira é imposta no dia a dia. A barreira da segregação, da falta de oportunidades, barreira da exclusão social. Mas que dão seu sangue para trazerem orgulho e honra para um país que os desonra, que finge a sua não-existência, como se fossem ácaros empurrados para debaixo de um tapete persa.
Meus ídolos estão brilhando nos Jogos Para-Olímpicos de Pequim. A imprensa finge que não, mas eles estão lá.
Recordes Mundiais estão sendo quebrados todos os dias por um brasileiro.
...mas eles são aleijados...não vendem pasta de dente, não conseguem novos clientes para os bancos brasileiros...
Mas eles são meus ídolos, exemplos para meu filho... Estão brilhando e exijo respeito e reconhecimento por parte da imprensa. Não aquela conversa piegas, do coitadinho. Aquela conversa de gente despreparada para os desafios da vida.
...mas eles são aleijados...não vendem pasta de dente, não conseguem novos clientes para os bancos brasileiros...
Mas eles são meus ídolos, exemplos para meu filho... Estão brilhando e exijo respeito e reconhecimento por parte da imprensa. Não aquela conversa piegas, do coitadinho. Aquela conversa de gente despreparada para os desafios da vida.
Crianças assistindo aos Jogos Para-Panamericanos - A procura de seus ídolos
Meus ídolos estão brilhando. Estão quebrando recordes. Estão dando sangue pelo Brasil.
Deixem que tenhamos nossos ídolos. Não os joguem para debaixo do tapete.
Marcos Santos
Rio de Janeiro
Deixem que tenhamos nossos ídolos. Não os joguem para debaixo do tapete.
Marcos Santos
Rio de Janeiro