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14.8.10

Educação Inclusiva

Minha sobrinha pediu-me auxílio a respeito desse tema. Afinal, como pai de um menino com paralisia cerebral e perdas cognitivas severas, além de cego e cadeirante, seria natural o meu conhecimento a respeito do caso. Sei que minha opinião não é válida para trabalhos acadêmicos, principalmente por não constar da bibliografia vigente. Mas sei que minha opinião não é especulativa e não brota de teorizações ou ilações. Brota de minhas necessidades e observações do dia a dia.

Antes de tudo, vamos deixar claro que a pessoa com necessidades especiais é uma pessoa com deficiências. Essas deficiências podem ser motoras, visuais, auditivas, mentais... Então vamos chamar a pessoa com necessidades especiais, simplesmente de “deficiente”. A expressão “pessoa com necessidades especiais” é por demais hipócrita, piegas e não resolve o problema.

Todo cidadão tem direito à educação, seja ele deficiente ou são. Quando o estado preocupa-se, tentando viabilizar a educação dos deficientes, está na verdade, tentando cumprir com sua obrigação, educar o cidadão. Não há aí, no caso do cumprimento de metas educacionais, motivos para vangloriar. A educação especial inclusiva trabalha principalmente com ferramentas possíveis, ao alcance da unidade de ensino e do educador. No entanto, a educação verdadeiramente inclusiva (no meu modo de pensar), totalmente negligenciada por todos, é a educação inclusiva de toda a sociedade.

Por exemplo: Um deficiente, tendo recebido toda educação necessária para sua participação no mercado de trabalho, esbarra na falta de educação inclusiva do resto da população. No contexto dessa falta de educação, podemos incluir o próprio estado, que pouco faz e quando faz algo, o faz em tom de paternalismo.

Arquitetos, engenheiros, urbanistas, entre outros construtores, só iniciaram uma preocupação mais incisiva com a acessibilidade, devido a força da lei. Ou seja, na verdade o fizeram por imposição, não por ideologia social ou convicção.

A educação especial, aplicada ao deficiente, inclusiva ou não, poderá ter sua efetivação limitada pelo grau de deficiência, associado ao grau de determinação e empenho do mesmo, ambos associados ao tipo de função almejada.

De qualquer forma, mesmo obtendo êxito educacional ou profissional, o deficiente esbarrará no seu dia a dia, na falta de educação inclusiva do resto da população.

Quando vemos cones, correntes, entre outros tipos de barreiras, protegendo as vagas de especiais para automóveis, nos shoppings e nos supermercados, temos aí um dos grandes indicadores da falta de educação inclusiva da sociedade como um todo, de como a sociedade é egoísta e excludente.

Se levarmos em conta que essas barreiras existem para a proteção dessas vagas, contra o abuso de pessoas sãs, possuidoras de carros, não podemos desconsiderar o nível econômico e educacional dessas pessoas. Elas estão na parte de cima da pirâmide.

Essas são as mesmas pessoas, que por algum momento na vida, tiveram seus filhos e sentiram as dificuldades dos deficientes, ao empurrarem seus carinhos de bebês. Nesse período sentiram-se prejudicadas em seu direito de acesso. Mas logo os filhos crescem, os carrinhos de bebês são aposentados e esses pais estão prontos para burlar o direito dos outros, deficientes que continuam precisando das vagas especiais e infelizmente, dos cones para guardá-las. Fôssemos uma sociedade inclusiva, esses cones não existiriam. Não com essa função.

A educação inclusiva deve ser reavaliada e rediscutida, pois uma sociedade inclusiva inclui os excluídos, enquanto uma sociedade excludente jamais incluirá os excluídos, por mais educação inclusiva que estes venham a receber.

O ser humano deve aprender a incluir os diferentes desde criança, independente da convivência ou não com eles. Somente assim, com uma sociedade menos egoísta e mais fraterna, a verdadeira inclusão será alcançada.


Marcos Santos
Rio de Janeiro

27.4.09

Nova certidão de nascimento será unificada em todo o País


No último dia 23 de abril, em entrevista com âncoras de emissoras de rádio de todo País, o ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi, debateu temas como a mobilização nacional pelo registro nacional na Amazônia Legal, o combate ao trabalho análogo à escravidão e a educação em direitos humanos. Sobre a unificação da certidão de nascimento, foram feitas as seguintes colocações:

Registro de nascimento - O Brasil tem algo em torno de 400 mil crianças que não são registradas ao nascer e não se registram antes de completar 15 meses. Isso prejudica todo o conhecimento que o País tem da população, atrapalha o atendimento de saúde e de outros serviços de proteção social. Na Amazônia, o problema é mais sério porque ali os estados têm uma grande extensão territorial. São mu nicípios distantes da capital, dias de viagem de barco e também selvas e falta de estradas. É de lá que o presidente Lula vai anunciar (segunda-feira, 27) um plano integrado com governadores, prefeitos e vários ministérios para, juntos, derrubar o número de sub-registros para uma cifra abaixo de 5%, que é o padrão aceito pela ONU. No início de 2003, esse sub-registro civil de nascimento era de 20%, quase o dobro do número atual. Em seis anos já foi possível diminuir para 12%. O enfrentamento terá de ser feito com uma articulação entre vários ministérios. Por exemplo, o Ministério da Saúde garantindo que a Declaração de Nascidos Vivos, que já existe - a DNV - seja conectada imediatamente com os cartórios e as organizações que podem registrar. Por aí, o Brasil já pode diminuir muito essa lacuna existente. Em segundo lugar, mutirões. E em estados como o de Roraima, que tem acessos difíceis, há a questão da população indígena que até recentemente tinha direitos especiais nesse t ema. O enfrentamento será feito com participação de cartórios, autoridades estaduais e órgãos das Forças Armadas que atingirão localidades remotas nesse esforço de cidadania.

Padrão único - A certidão de nascimento hoje não tem sequer uma numeração nacional. O presidente Lula vai lançar o novo impresso de uma certidão nacional única de nascimento. Ainda hoje existem padrões diferenciados que não dialogam entre si nos vários estados, facilitando fraudes, irregularidades. A numeração única permitirá que o s istema de informática saiba registrar diariamente o número de pessoas que nascem no Brasil. Os recursos para o programa, até dezembro do ano que vem, são em torno de R$ 38 milhões. A primeira adequação é que, em cada unidade de saúde onde possa haver nascimento, a declaração de nascido vivo seja preenchida ali mesmo. Até usamos como um dos motes da campanha "Chorou, registrou". O que havia era um intervalo que passa a ser preenchido com vontade federal, recursos federais, mas que exige uma contrapartida estadual e municipal. Por exemplo, que os órgãos estaduais e locais assegurem também um espaço físico, uma pequena unidade - metade de um balcão - na entrada da unidade de saúde, onde estará um funcionário e o equipamento do governo federal (computador, linha de telefone e o treinamento do pessoal para que isso possa ser feito); A erradicação do sub-registro civil de nascimento é um dos direitos humanos fundamentais. Sem certidão de nascimento, a pessoa rigorosamente nã o tem um nome na cidadania, não existe; não tem identidade.

Informativo: emquestao@secom.planalto.gov.br

30.10.08

Porque não temos babás

Em nossa dura jornada, criando e amando um filho com múltiplas deficiências, uma certeza sempre tivemos: Nunca deixamos pessoas estranhas cuidarem de nosso menino. Temos mais trabalho do que a maioria dos pais, mas essa dúvida não nos aflige...

Saímos com ele, para onde ele possa ir. Se ele não pode ir, nós não vamos...e somos muito felizes assim.

Marcos Santos
Rio de Janeiro

Imagens Rede Globo

9.9.08

Inclusão Social - Ilusão Social

Diante da campanha medíocre da delegação Brasileira nos Jogos Olímpicos de Pequim, restou aos dirigentes, imprensa e atletas brasileiros, discursos distintos.

Os Atletas alegam falta de incentivo e visibilidade, enquanto os dirigentes buscam contas sofisticadas, fazendo uso de fatoriais, derivadas, arcos-senos, cossenos, para o resultado final sair sempre com uma rotunda tangente.

Na verdade dirigentes e imprensa (que entra na história como bicão), partilham da melhor parte do bolo.

Cabe aos dirigentes, a tarefa árdua de levar seus familiares e aspones, numa verdadeira caravana free-shop.
A imprensa encarrega-se de juntar-se em delegações enormes (sempre os mesmos, por sinal), e de lá verborrajam exaustivamente, o que poderia ser feito a partir daqui, do estúdio. Mas o patrocinador está pegando, então vamos gastar até o fim.

Aos atletas cabe as velhas desculpas de sempre. Falta de incentivo, falta de verba, falta de v... A verdade é que nossos atletas partem sempre para o discurso da auto-piedade, o que é um saco.
Do futebol, que merece um capítulo a parte, prefiro não falar, pois a verdade é que esses mercenários estão merecendo mesmo, é uma capítulo a menos.



Primeira pagina do Globo Online, omitindo a existência do evento Paraolímpico

Mas temos esperança. Temos ídolos. Temos gênios do esporte olímpico.
Meus ídolos do esporte, dificilmente são fotografados, filmados e divulgados. Não tem os incentivos de outros atletas olímpicos, nem a nível de patrocínio, nem a nível de divulgação pela mídia.


Daniel Dias - Até o momento, três medalhas de ouro e dois recordes mundiais.

Meus ídolos são pessoas sem braços ou sem pernas, muitas das vezes sem braços e pernas. Meus ídolos são atletas cegos, surdos. São pessoas cuja maior barreira é imposta no dia a dia. A barreira da segregação, da falta de oportunidades, barreira da exclusão social. Mas que dão seu sangue para trazerem orgulho e honra para um país que os desonra, que finge a sua não-existência, como se fossem ácaros empurrados para debaixo de um tapete persa.

Meus ídolos estão brilhando nos Jogos Para-Olímpicos de Pequim. A imprensa finge que não, mas eles estão lá.


Recordes Mundiais estão sendo quebrados todos os dias por um brasileiro.

...mas eles são aleijados...não vendem pasta de dente, não conseguem novos clientes para os bancos brasileiros...

Mas eles são meus ídolos, exemplos para meu filho... Estão brilhando e exijo respeito e reconhecimento por parte da imprensa. Não aquela conversa piegas, do coitadinho. Aquela conversa de gente despreparada para os desafios da vida.



Crianças assistindo aos Jogos Para-Panamericanos - A procura de seus ídolos


Meus ídolos estão brilhando. Estão quebrando recordes. Estão dando sangue pelo Brasil.
Deixem que tenhamos nossos ídolos. Não os joguem para debaixo do tapete.

Marcos Santos
Rio de Janeiro

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