A cada dia que passa, sinto que a capacidade do Poder Público e da Sociedade em geral para lidar com os diferentes está muito, mas muito longe de uma solução. No ano em que promovemos os jogos Parapanamericanos, em que vimos as conquistas fabulosas de nossos atletas, nossa sociedade e nosso governo, meio que de pulverizam esses feitos, ao invés de utiliza-los como incremento a uma socialização igualitária e sem preconceitos.
Digo isso ao ver no cartaz assinado pelos Governos do Estado e do Município do Rio de Janeiro, representando o Poder Público, além da “agência” que o fez, representando a Sociedade Civil.
Utilizar uma linguagem visual que amaldiçoa um equipamento fundamental para locomoção e integração de pessoas portadoras de deficiências é, além de uma maldade, uma falta total de conhecimento do tema. Quem fez a referida peça publicitária não deveria receber seus proventos, pois seu trabalho foi, no mínimo, porco e indigno.
A Cadeira de Rodas representada no Outdoor em questão, não é o vilão da história. O vilão é a bebida. Então tratem do assunto “bebidas”!
- Mas pera aí! Pra bebidas nós temos que colocar a foto de uma gostozona com a bunda de fora! – diria o nobre “publicitário”.
Notem que a cadeira de rodas, ao contrário do que possa sugerir o Governo, através de seu “agente publicitário”, será a ferramenta na qual o irresponsável que bebe e dirige, terá sua segunda chance de voltar a viver em sociedade. Será através dela que ele poderá voltar a ser, quem sabe, um atleta.
Neste caso, a “maldita” cadeira de rodas estará, como se poderá ver nas fotos seguintes, representando simplesmente a VIDA.
Crianças assistindo seus ídolos no Parapan Rio2007, graças às suas cadeirinhas (Elas certamente não beberam e dirigiram)
Esse aí?...Sem comentários!
Marcos Santos
Rio de Janeiro
01 de Novembro de 2007
Fotos: Marcos Santos
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