Um ano depois e a coisa se repete. A tragédia do homem, a tragédia do ser humano, as diversas tragédias da sociedade. Mas o curioso foi a sensação de déjà vu. Por isso vou repetir exatamente o mesmo texto que postei a exatamente um ano atrás.
Eu o intitulei de "Heróis":
Rio de Janeiro 16 de janeiro de 2010.
Eu caminhava entre o banheiro e a cozinha, já no encerramento dos “trabalhos” daquela noite. Cruzei a sala. A tevê ainda ligada, me aguardava para que eu desse o click final no controle remoto.
Enquanto bebia meu último copo d’água de um dia bem calorento, pude ouvir a voz do consagrado jornalista: “Vamos ver o que nossos heróis estão fazendo...”.
Heróis? Pensei... De cara me veio em mente nossos valorosos bombeiros, mal saídos da tragédia de Angra dos Reis, para serem enviados diretamente ao Haiti devastado. É... Esses são realmente nossos heróis.
Mas o consagrado jornalista falava, na verdade, de outro tipo de herói. Não o herói que nos enche de orgulho, que honra a nossa história. Não o herói, ou heroína como Zilda Arnz, que viveu para a entrega ao próximo, ao semelhante.
Na verdade eram “heróis”, agora sim, entre aspas, que vivem tão somente para receber. “Heróis” capazes de passar dois meses sem fazer absolutamente nada para ninguém. Nada que não sejam intrigas, futricas, banalidades, futilidades...
A vida é feita de escolhas. Algumas pessoas, como o povo atingido pelo flagelo no Haiti, dispõe de pouquíssimas ou nenhuma. Mas existem aqueles que têm a glória de dispor de várias escolhas. Escolhas essas que, aliadas à sorte e ao talento, podem levá-las onde elas quiserem. Ao caminho da honra, da nobreza, do reconhecimento, da consagração pessoal e profissional.
Pedro Bial fez sua escolha.
Se diante dos fatos e desafios apresentados à humanidade, ele prefere rasgar sua biografia e comentar a tamanho da bunda de uma “brother”, ou a relevância do selinho de duas “bibas”...bem... quem perde é a sociedade como um todo, mas a escolha é apenas dele, somente dele.
...E eu com isso? Eu sinto vergonha, uma profunda vergonha.
O dinheiro é importante, mas não é tudo.
3 comentários:
Marcão
Eu nem vou falar nada!
Já falamos muito, é o que podemos fazer num país em que ter dinheiro é muito mais importante do que ser alguém, que represente alguma coisa de bom à sociedade.
Ter sempre acima do ser!
Não cruzamos os braços, não, diante de tamanha catástrofe, estamos arrecadando tudo que for possível, através de um Grupo que só faz isso aqui em São Paulo!
E vamos fazer isso por muito rempo ainda, porque o que vai valer por muito tempo ainda e "levar vantagem em tudo" com essa turba que assumiu o poder!
Não sei ainda o quem é pior, se Bial ou o Flamengo, que vai pagar R$ 1.000.000,00 por mes por uma mentira!
É um escárnio à nossa sociedade, primcipalmente num momento de tamanha tragédia!
Marcão, a impressão que tenho é que não se faz nada por que os governos nao querem. Vejamos: nestas desgraças o que os governos esperam é a farta liberação de verbas, que não ocorreria sem a desgraça. É grana, muita grana liberada, mas que não chega às vitimas. Sabemos para aonde vai. Segundo, é a decretação de estado de calamidade publica, que permite a contratação de empresas e compras sem o devido processo licitatorio, o que facilita sobremaneira as maracutaias de costume. Não precisa dizer mais nada.
everyone is in my thoughts and prayers.
paz
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