Estava satisfeito em andar pela primeira vez no ônibus do condomínio onde moro. Afinal, aqueles oito anos, pagando algo que nunca havia usado, deixaram-me com uma expectativa prazerosa.
O veículo "top" de linha, oferece grande conforto para aqueles condôminos que o utilizam com freqüência, que obviamente ficam com a auto estima elevada.
Tentei então aproveitar o pequeno percurso, de minha casa até a casa de minha sogra.
Há muito que não sentia a sensação de observar a paisagem pela janela, pois como trabalhador do trânsito (sou vendedor), estou sempre com o volante nas mãos.
Mas como tudo o que é bom dura pouco, minha viagem estava chegando ao fim. Faço um sinal para o motorista, indicando onde gostaria de descer e... ele sequer olhou para mim, acenando negativamente com o dedo. Insisti batendo na pequena porta de vidro que separa sua cabine do resto do veículo. Ele ignorou-me por completo.
Uma senhora com sotaque espanhol, que havia sentado ao meu lado, explicou-me:
- Ele só para em São Conrado.
Eu indaguei,
- Mas nem ao menos no Jardim Oceânico?
- Não! Antes ele parava, mas o senhor deve entender que atrasava demais a viagem de quem viajasse para o Centro da Cidade. Então reclamamos e eles colocaram os ônibus “circulares”, transformando esse em “expresso”.
Ainda questionei,
- Mas São Conrado é um “meio de caminho” sem nada.
- Pode ser, mas é lá que o senhor terá de descer.
Conformei-me,
- Me perdoe, se após pagar por oito anos por essa condução, sem nunca ter utilizado, financiando-a para a senhora e para os outros passageiros, resolvi viajar logo hoje, “disposto” a lhe atrasar a viajem.
Virei para o lado e não quis mais papo com a velha.
Dali em diante comecei a fazer as contas do quanto me havia custado aquela viagem enfadonha:
Oito anos, vezes doze meses, é igual a noventa e seis cotas. Eu havia pago 96 cotas de
R$ 113,41 (valor atualizado), perfazendo um total de R$ 10.887,36.
Em outras palavras, paguei o valor de uma motocicleta Honda CBX 250 CC Twister zero Km, só pelo prazer de tentar atrasar a confortável viagem de meus vizinhos.
Tenho que reconhecer... definitivamente sou um espírito de porco.
Devo ter feito por merecer o castigo.
Marcos Santos
Rio de Janeiro
foto by humor.com
O veículo "top" de linha, oferece grande conforto para aqueles condôminos que o utilizam com freqüência, que obviamente ficam com a auto estima elevada.
Tentei então aproveitar o pequeno percurso, de minha casa até a casa de minha sogra.
Há muito que não sentia a sensação de observar a paisagem pela janela, pois como trabalhador do trânsito (sou vendedor), estou sempre com o volante nas mãos.
Mas como tudo o que é bom dura pouco, minha viagem estava chegando ao fim. Faço um sinal para o motorista, indicando onde gostaria de descer e... ele sequer olhou para mim, acenando negativamente com o dedo. Insisti batendo na pequena porta de vidro que separa sua cabine do resto do veículo. Ele ignorou-me por completo.
Uma senhora com sotaque espanhol, que havia sentado ao meu lado, explicou-me:
- Ele só para em São Conrado.
Eu indaguei,
- Mas nem ao menos no Jardim Oceânico?
- Não! Antes ele parava, mas o senhor deve entender que atrasava demais a viagem de quem viajasse para o Centro da Cidade. Então reclamamos e eles colocaram os ônibus “circulares”, transformando esse em “expresso”.
Ainda questionei,
- Mas São Conrado é um “meio de caminho” sem nada.
- Pode ser, mas é lá que o senhor terá de descer.
Conformei-me,
- Me perdoe, se após pagar por oito anos por essa condução, sem nunca ter utilizado, financiando-a para a senhora e para os outros passageiros, resolvi viajar logo hoje, “disposto” a lhe atrasar a viajem.
Virei para o lado e não quis mais papo com a velha.
Dali em diante comecei a fazer as contas do quanto me havia custado aquela viagem enfadonha:
Oito anos, vezes doze meses, é igual a noventa e seis cotas. Eu havia pago 96 cotas de
R$ 113,41 (valor atualizado), perfazendo um total de R$ 10.887,36.
Em outras palavras, paguei o valor de uma motocicleta Honda CBX 250 CC Twister zero Km, só pelo prazer de tentar atrasar a confortável viagem de meus vizinhos.
Tenho que reconhecer... definitivamente sou um espírito de porco.
Devo ter feito por merecer o castigo.
Marcos Santos
Rio de Janeiro
foto by humor.com
3 comentários:
Oi Marcos!!! Não sabia que vc tinha um blog aqui no Blogger tb não...
Muito legal o seu blog tb!
Quanto ao onibus, quisera eu ter um onibus que me levasse pro trabalho confortavelmente. Como eu sou uma pobre ralé tenho que pegar o busao e enfrentar quase 1 hora de viagem até o trabalho!!! rsrs
Obrigada pelos comentarios no Leonina!!!
Beijos
Ai,ai,ai,ai,
Vou lhe explicar outra vez. São cerca de 12 carros ou mais, e cada um deles possuem rotas e horários diferentes, não se pode chegar na parada de ônibus e pegar o primeiro carro que for sair, é preciso verificar a planilha das rotas dos carros ou se informar com a fiscal no ponto e aí não tem erro.
Quanto ao espírito de porco até que vc' não é muito não, só um pouquinho.
bjs
Gosto muito qdo vc escreve esses seu casos do cotidiano em que se mete numa enrascada.
Doido isso de ter que pagar por um serviço que não se utiliza né?
Imagino que vc tenha descido em São Conrado.
Bjs
Dê Descolada
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