1.1.08

Fechamento 2007 ???

Queridos AmiGOs

Nos finais de ano costumamos fazer nosso balanço para o fechamento das nossas “contas”.
Peço perdão pela minha forma de exprimir o que sinto e com a conseqüente
ducha de água fria que, por vezes, acabo jogando.
Sei que o momento é de festa e alegria para muitos, mas sei também que o momento é de grande
tristeza e agonia para outros.
A verdade é que procuro escrever o que sinto em meu dia a dia, nessa cidade que amo com todas as minhas forças. Cidade pela qual, larguei minha carreira de engenheiro, para nela continuar morando. Não saio daqui por nada desse mundo.

Mas hoje, 30 de dezembro de 2007, está fazendo exatamente um ano que postei um texto, em que todo o meu desespero e desalento, pelo estado de coisas a que havíamos chegado.
E que infelizmente, um ano depois, não posso declarar-me satisfeito com desenrolar dos novos fatos.
Segue então o post de fechamento de 2006, um ano depois:


Caras, como fomos permitir ?


Essa triste semana, será lembrada como a semana na qual não se deveria passar pelo Rio de Janeiro. Logo a semana do Ano Novo, tão importante para nós.

Mas devemos ser justos, as pessoas se arriscam só de transitar em solo Carioca.

Foi o que aconteceu com aqueles pobres brasileiros, que iam de Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, com destino à Capital Paulista.
Pensem só no seguinte: O ônibus vem pela BR 101, no trecho Niterói–Manilha, quando finalmente chega na ponte Rio-Niterói.
Apesar do horário avançado, garanto que alguns dos passageiros reservaram alguma força para observar as fantásticas imagens que se descortinariam a partir dali.
O Aeroporto Santos Dumont com o Pão de Açúcar ao fundo. A magnificência do Centro da Cidade, a partir da Praça Mauá até o Castelo. Tudo isso banhado
carinhosamente pela Bahia de Guanabara. Lindo, realmente lindo..., de encher os olhos de quem está de passagem e guarda em seu coração a vontade de ficar um pouco. Mas estavam enganados...

A beleza da cidade, que os encantou e mesmo os hipnotizou, escondia a cloaca moral e social em que está metida e das quais seriam vítimas a poucos quilômetros dali, daquele ponto de encantamento.


Nos últimos tempos, Rio de Janeiro tem se portado como uma Sereia, que se penteia e canta enquanto encanta os marinheiros desavisados, que atraídos, caem em seu feitiço para, em seguida, serem mortos e devorados.

É uma pena ter que reconhecer, mas sinto-me responsável por essas mortes. Sinto-me envergonhado. Não conseguiria olhar nos olhos das vítimas e de seus familiares e dizer-lhes, “venham aqui, nossa cidade é acolhedora”, “nossa cidade é linda”. Provavelmente eles me diriam: Rapaz, acorda. Vocês são governados pela Rosinha Mateus Garotinho. Como nos darão segurança? E eu teria que engolir a seco.


Como pudemos permitir que isso acontecesse? Como pudemos entregar o Estado que detém a maior produção de petróleo e a segunda maior cidade, além de principal cartão postal do país, nas mãos de uma mulher que não passaria numa prova do ensino elementar?
Ou alguém tem dúvidas de que a Governadora Rosinha Mateus não tem preparo para tal?
Não quero saber de sua formação documental não... Documentos, diplomas, qualquer coisa que puder ser xavecado, essa gente tem de sobra. Estou falando de formação, aquela educação que fica impregnada na gente. Que fez de Machado de Assis um autodidata.

As preocupações de nossa Governadora começavam no penteado e nas unhas e terminavam na bomba de chocolate. Como poderíamos, quatro anos depois, ter a audácia de achar que nossa Cidade e nosso Estado poderiam receber turistas? Nem de passagem!

Fomos de uma irresponsabilidade sem paralelo na nossa história. Por isso somos responsáveis por essas mortes. Por essas e por todas as outras mortes violentas em que o principal fator for a “Segurança Pública”.

O couro tá comendo solto e a Governadora tá raspando o sovaco.
O couro tá comendo solto e a Governadora tá raspando a virilha.
O couro tá comendo solto e a governadora tá cutucando a unha do dedão do pé.
O couro tá comendo solto e a governadora tá passando “chapinha”.
Finalmente, o couro tá comendo solto e a Governadora tá, literalmente “Cagando” .

E assim passaram-se quatro anos. Quatro anos em poderíamos estar com mais trabalho, com mais saúde, com mais educação, com mais turistas. E estamos aqui, na beira da estrada, comendo poeira e tirando meleca. Enquanto Rosinha sai com uma bela pensão e a burra cheia de dinheiro.

Nunca mais. Mas nunca mais mesmo, deixemos misturarem crenças religiosas com política. O resultado é desastroso, principalmente para o nosso bolso e para nossa auto-estima.

Vou pedir a Deus que nos dê um ano novo cheio de saúde, paz ,bla, bla, bla... Vai dizer isso para as famílias das pessoas carbonizadas no ônibus da Itapemirim.

Eu não! Vou pedir a Deus que nos dê vergonha na cara, que é do que realmente precisamos. O resto, se nós merecermos, vem em conseqüência e de quatro em quatro anos.

Marcos Santos
Rio de Janeiro
2006/2007


...Como você podem notar, os atores mudaram, mas os fatos...
Mas continuo achando que ainda está em nossas mãos...

Feliz 2008 para todas as pessoas de bem desse Mundo.

Marcos Santos
30 de dezembro de 2007

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